1819 de João Ferreira de Almeida. RomanosCapítulo 1 1. Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado [para ser] apóstolo, separado para o Evangelho de Deus, 2. (Que antes tinha prometido por meio de seus profetas nas Santas Escrituras), 3. sobre seu Filho (que foi feito da descendência de Davi segundo a carne, 4. E declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos): Jesus Cristo, nosso Senhor. 5. Pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a obediência da fé entre todas as nações, por causa de seu nome. 6. Entre os quais vós sois também, chamados de Jesus Cristo. 7. A todos os que estais em Roma, amados de Deus, [e] chamados santos; graça [seja] convoco e [também] a paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 8. Primeiramente eu dou graças a meu Deus por meio de Jesus Cristo, por causa de todos vós, porque vossa fé é anunciada em todo o mundo. 9. Pois Deus, a quem sirvo em meu espírito no Evangelho de Seu Filho, é minha testemunha, de como sem cessar eu me lembro de vós, 10. Rogando sempre em minhas orações, que talvez agora, finalmente, haja boa oportunidade de, pela vontade de Deus, vir a vós. 11. Porque eu desejo vos ver, para vos compartilhar algum dom espiritual, para que sejais fortalecidos. 12. Isto é, para que eu seja consolado juntamente convosco pela fé mútua, tanto a vossa, como a minha. 13. Porém irmãos, não quero que ignoreis, que muitas vezes eu planejei vir até vós (mas fui impedido até agora), para que eu também tivesse algum fruto entre vós, assim como também entre as outras nações. 14. Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a não-sábios. 15. Portanto, quanto a mim, eu estou pronto para vos anunciar o Evangelho, aos que estais em Roma. 16. Porque não me envergonho do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiramente do judeu, e também do grego. 17. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé; como está escrito: Mas o justo viverá da fé. 18. Porque a ira de Deus se manifesta do céu sobre toda maldade e injustiça dos homens, que detêm a verdade por causa da injustiça. 19. Porque aquilo que se pode conhecer de Deus lhes era manifesto, porque Deus o manifestou a eles. 20. Porque suas características invisíveis, tais como seu eterno poder e divindade, podem ser entendidos e claramente vistos desde a criação do mundo, para que não tenham desculpas; 21. Porque, conhecendo a Deus, não o glorificaram como Deus, nem [lhe] deram graças; ao invés disso, seus pensamentos perderam o sentido, e seus tolos corações foram escurecidos. 22. [Apesar de] chamarem a si mesmos de sábios, eles se tornaram tolos. 23. E mudaram a glória de Deus incorruptível em semelhança de imagem de homem corruptível, e de aves, e de [animais] de quatro patas, e de répteis; 24. Por isso Deus os entregou aos desejos dos seus corações para a impureza, para desonrarem seus corpos entre si, 25. Aqueles que mudaram a verdade de Deus em mentira, e adoraram e serviram à criatura mais que ao Criador, que é bendito eternamente, Amém! 26. Por isso Deus os entregou a paixões desonrosas. Porque até suas mulheres mudaram o hábito [sexual] natural para o que [era] contra a natureza. 27. E semelhantemente também os machos, deixando o hábito [sexual] natural da mulher, acenderam sua paixão, um com o outro, homem com homem, fazendo indecência, e recebendo de volta em si mesmos a devida consequência de seu erro. 28. E como eles não quiseram reconhecerem a Deus, [então] Deus os entregou a uma mente perversa, para fazerem coisas que não deveriam; 29. Cheios de toda injustiça, pecado sexual, malícia, ganância, maldade; repletos de inveja, homicídio, briga, engano, malignidade. 30. [Eles são] fofoqueiros, murmuradores, [que] odeiam a Deus; [são] insolentes, soberbos, orgulhosos, inventores de males, desobedientes aos pais, 31. Sem entendimento, quebradores de pactos, insensíveis, irreconciliáveis, sem misericórdia. 32. Os quais, [mesmo] conhecendo o juízo de Deus, de que os que fazem tais coisas são dignos de morte, não somente as fazem, mas também se agradam dos que as praticam. Capítulo 2 1. Portanto tu não tens desculpa, ó homem, quem quer que sejas, tu que julgas [aos outros]; porque naquilo que julgas ao outros, condenas a ti mesmo; pois tu que julgas, fazes as mesmas coisas. 2. E sabemos que o julgamento de Deus é segundo a verdade, contra aqueles que fazem tais coisas. 3. E tu, ó homem, que julgas aos que fazem tais coisas, e tu [mesmo] as faz, pensas que escaparás do julgamento de Deus? 4. Ou desprezas tu as riquezas de sua bondade, e demora para se irar, e paciência, ignorando que a bondade de Deus te conduz ao arrependimento? 5. Mas segundo tua dureza, e teu coração que não se arrepende, tu ajuntas ira para o dia da ira, e da manifestação do justo julgamento de Deus; 6. O qual recompensará a cada um segundo suas obras. 7. [Portanto], os que com perseverança fazem o bem, procurando glória, honra e incorrupção, [receberão] a vida eterna; 8. Mas os que procuram brigas, e são desobedientes à verdade, e obedientes à injustiça, [receberão] indignação e ira. 9. Tormento e angústia para toda alma do homem que pratica o mal, primeiramente ao judeu, e [também] ao grego; 10. Porém glória, e honra, e paz, a todo aquele que pratica o bem, primeiramente ao judeu, e [também] ao grego. 11. Porque Deus não faz diferença de pessoas. 12. Porque todos os que pecaram sem Lei, sem Lei também perecerão; e todos os que pecaram sob a Lei, pela Lei serão julgados. 13. Porque não são os que ouviram a Lei que são justos diante de Deus, mas [são] os praticantes da Lei os que serão justificados. 14. Porque quando os gentios, que não têm a Lei, fazem naturalmente as coisas que são da Lei; estes, não tendo a Lei, eles são lei para si mesmos. 15. [Há] aqueles que mostram a obra da Lei escrita em seus corações, dando-lhes testemunho juntamente com sua consciência, e [seus] pensamentos, acusando-os ou defendendo-os entre si, 16. No dia em que Deus julgará os segredos dos homens por Jesus Cristo, segundo o meu Evangelho. 17. Eis que tu, que és chamado de judeu, e descansas na Lei, e te orgulhas em Deus, 18. E conheces a vontade [dele], e aprova as melhores coisas, por ser instruído da Lei; 19. E confias que és guias dos cegos, luz dos que estão em trevas; 20. Instrutor dos tolos, professor das crianças, [e] que consideras a lei como a forma do conhecimento e da verdade, 21. Então tu, que ensinas ao outro, não ensinas a ti mesmo? Tu que pregas que não se deve furtar, furtas? 22. Tu que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu que odeias os ídolos, profanas os templos? 23. Tu que te orgulhas da Lei, pela transgressão da Lei desonras a Deus. 24. Porque assim como está escrito: O nome de Deus é insultado por causa de vós entre os gentios. 25. Porque a circuncisão realmente tem proveito se tu guardares a Lei; porém, se tu és transgressor da Lei, tua circuncisão se torna [como] incircuncisão. 26. Pois se o incircunciso obedecer às regras da Lei, por acaso não será considerada sua incircuncisão como circuncisão? 27. E se o que de natureza é incircunciso, se cumprir a Lei, julgará a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da Lei. 28. Porque ele não é judeu na aparência, nem é circunciso na carne; 29. Mas ele é judeu no interior, e circunciso de coração, em espírito, [e] não na letra; cujo louvor não [vem] dos homens, mas de Deus. Capítulo 3 1. Qual é, logo, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? 2. Muita, em toda maneira. Porque, quanto ao primeiro, as palavras de Deus lhes foram confiadas. 3. Então o quê? Se alguns foram incrédulos, sua incredulidade anulará a fidelidade de Deus? 4. De jeito nenhum; antes seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso; assim como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando tu fores julgado. 5. E se nossa injustiça evidencia a justiça de Deus, que diremos? Será que Deus é injusto por se irar? (Falo como homem) 6. De jeito nenhum; de outro modo, como Deus julgará ao mundo? 7. Porque se a verdade de Deus foi mais abundante, por minha mentira, para sua glória, por que ainda também sou julgado como pecador? 8. E [por que] não [dizer]: “Façamos o mal, para que venha o bem”, assim como alguns nos insultam, afirmando que nós dizemos isto? (A condenação destes é justa). 9. Então o quê? Somos nós melhores [que os outros]? Não, em maneira nenhum. Porque já antes anunciamos, tanto aos judeus, como aos gregos, que todos estão debaixo do pecado; 10. Assim como está escrito: Não há justo, nem um sequer. 11. Não há ninguém que entenda, não há ninguém que busque a Deus. 12. Todos se desviaram, [e] juntamente se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. 13. Sua garganta é um sepulcro aberto; com suas línguas enganam; veneno de áspides está debaixo de seus lábios. 14. Cuja boca está cheia de maldição e amargura. 15. Seus pés são rápidos para derramar sangue. 16. Destruição e miséria há em seus caminhos. 17. E não conheceram o caminho da paz. 18. Não há temor de Deus diante se seus olhos. 19. Ora, nós sabemos que tudo o que a Lei diz, diz para os que estão debaixo da Lei, para que toda boca se tape, e todo o mundo seja condenável [diante] de Deus. 20. Pelo que nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da Lei; porque [é] pela Lei [que vem] o conhecimento do pecado. 21. Mas agora se manifestou a justiça de Deus sem a Lei, tendo testemunho da Lei e dos Profetas; 22. Que é a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença; {fé em Jesus Cristo – trad. alt. fé (ou fidelidade) de Jesus Cristo} 23. Porque todos pecaram, e destituídos estão da glória de Deus; 24. Sendo justificados gratuitamente por sua graça, pelo resgate que está em Cristo Jesus; 25. Ao qual Deus propôs por reconciliação pela fé em seu sangue, para demonstração de sua justiça, deixando de considerar os pecados antes cometidos, sob a paciência de Deus; 26. Para demonstração de sua justiça neste presente tempo, para que ele seja justo, e [também] justificador daquele que tem fé em Jesus. 27. Então onde está o orgulho? Este é excluído. Por qual Lei? Das obras? Não; mas pela Lei da fé. 28. Portanto concluímos que o homem é justificado pela fé, sem as obras da Lei. 29. Por acaso ele é Deus somente dos Judeus, e não também dos gentios? Certamente que dos gentios também. 30. Dado que há um só Deus, o qual justificará [por meio] da fé o circunciso, e pela fé ao incircunciso. 31. Então desfazemos a Lei pela fé? De jeito nenhum; ao contrário, estabelecemos a Lei. Capítulo 4 1. Então o que diremos de Abraão, nosso pai segundo a carne? O que ele alcançou? 2. Porque se Abraão foi justificado pelas obras, ele tem [motivos para se] orgulhar, mas não diante de Deus. 3. Porque, o que diz a Escritura? E Abraão creu em Deus, e foi lhe considerado como justiça. 4. Ora, aquele que trabalha, seu pagamento não é considerado como graça, mas como dívida. 5. Porém aquele que não trabalha, mas crê naquele que justifica ao perverso, sua fé lhe é considerada como justiça. 6. Assim como também Davi afirma, que bem-aventurado é o homem a quem Deus considera a justiça sem as obras; 7. [Dizendo]: Bem-aventurados são aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. 8. Bem-aventurado é o homem a quem o Senhor não considera o pecado. 9. Pois esta afirmação de bem-aventurança há [somente] na circuncisão, ou também na incircuncisão? Por que dizemos, que a fé a Abraão foi considerada como justiça? 10. Então como foi [lhe] considerada? Estando na circuncisão, ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão. 11. E ele recebeu o sinal da circuncisão, [por] selo da justiça da fé que está na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que creem, estando na circuncisão, para que também a justiça lhes seja considerada; 12. E fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nos passos da fé de nosso pai Abraão, que foi na incircuncisão. 13. Porque a promessa [de] que seria herdeiro do mundo não [foi feita] a Abraão ou à sua descendência pela Lei, mas pela justiça da fé. 14. Porque se os que são da Lei são herdeiros, logo a fé se torna vazia, e anulada é a promessa. 15. Porque a Lei opera ira; pois onde não há Lei, também não há transgressão. 16. Portanto é pela fé, para que seja segundo a graça; a fim de que a promessa seja firme a toda a descendência, não somente a que é da Lei, mas também a que é da fé de Abraão, o que é Pai de nós todos; 17. (Como está escrito: Eu te pus por pai de muitas nações) perante aquele ao qual ele creu, Deus, que vivifica aos mortos, e chama as coisas que não são como que já fossem. 18. O qual com esperança creu contra a esperança, que seria feito pai de muitas nações, conforme ao que [lhe] fora dito: Assim será tua semente. 19. E não se enfraquecendo na fé, não deu atenção a seu próprio corpo já desgastado, pois já era de quase cem anos, nem que o ventre de Sara já estava envelhecido. 20. E não duvidou da promessa de Deus por desconfiança; mas foi fortalecido na fé, dando glória a Deus; 21. E estando com toda a certeza de que aquele que tinha prometido também era poderoso para o fazer. 22. Pelo que também lhe foi considerado como justiça. 23. Ora, não só por ele que está escrito “Que lhe foi considerado [como justiça]” 24. Mas também por nós, aos quais [também] será considerado [como justiça] aos que creem naquele que ressuscitou dos mortos, a Jesus nosso Senhor. 25. O qual foi entregue por nossos pecados, e ressuscitou para nossa justificação. Capítulo 5 1. Sendo então justificados pela fé, temos paz para com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; 2. Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. 3. E não somente [isto], mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação opera paciência; 4. E a paciência experiência, e a experiência esperança; 5. E a esperança não envergonha, porque o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito santo, que nos é dado. 6. Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos perversos. 7. Porque dificilmente alguém morrerá por um justo; pois pelo bom homem poderá ser que alguém ousará morrer. 8. Mas Deus demonstra seu amor por nós, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. 9. Logo muito mais agora, sendo já justificados em seu sangue, seremos por ele salvos da ira. 10. Porque se seno nós [ainda] inimigos, somos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, sendo já reconciliados, seremos salvos por sua vida. 11. E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual agora alcançamos a reconciliação. 12. Portanto, assim como por um homem o pecado entrou no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. 13. Porque até a Lei [ser instituída] o pecado [já] existia no mundo; porém o pecado não é considerado, quando não há Lei. 14. Mas a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é figura daquele que estava para vir. 15. Mas o dom gratuito não é como a transgressão; porque, se pela transgressão de um muitos morreram, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça de um homem, Jesus Cristo, tem abundado sobre muitos. 16. E o dom não é como [a transgressão] daquele que pecou; porque o julgamento de uma só [transgressão] levou à condenação, mas o dom gratuito de muitas transgressões leva a justificação. 17. Porque, se pela transgressão de um, a morte reinou por causa daquele um, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por este um, Jesus Cristo. 18. Portanto, assim como uma transgressão [levou] todos os homens à condenação, assim também um ato de justiça [leva] todos os homens para a justificação da vida. 19. Porque, assim como pela desobediência daquele um homem, muitos foram feitos pecadores; assim também, pela obediência deste um, muitos serão feitos justos. 20. Porém a Lei entrou, para que a transgressão aumentasse; mas onde o pecado aumentou, a graça superabundou. 21. Para que, assim como pecado reinou para a morte, assim também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por meio de Jesus Cristo nosso Senhor. Capítulo 6 1. Então, o que diremos? Continuaremos no pecado, para que a graça aumente? 2. De jeito nenhum. Nós, que morremos para o pecado, como ainda viveremos nele? 3. Ou não sabeis que todos os que somos batizados em Cristo Jesus, somos batizados em sua morte? 4. Portanto estamos sepultados com ele pelo batismo da morte; para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos para a glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. 5. Porque se fomos plantados juntos com [ele] na semelhança de sua morte, também o seremos [na semelhança] de [sua] ressurreição. 6. Sabendo disto: que nosso velho homem foi crucificado com [ele], para que o corpo do pecado seja desfeito; para que não mais sirvamos ao pecado. 7. Porque o que está morto [já] está justificado do pecado. 8. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. 9. Sabendo que, tendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre mais; a morte já não mais o domina. 10. Pois porque na sua morte morreu para o pecado, e porque na sua vida, vive para Deus. 11. Assim também vós, considerai que estais mortos para o pecado; mas vivendo para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. 12. Portanto não reine o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecer em seus maus desejos. 13. Nem apresenteis vossos membros do corpo ao pecado como instrumentos de injustiça; mas apresentai-vos a Deus, como sendo vivos [saídos] dos mortos, e vossos membros como instrumento de justiça para Deus. 14. Porque o pecado não vos dominará; pois não estais debaixo da Lei, mas debaixo da graça. 15. Então o quê? Pecaremos, já que não estamos debaixo da Lei, mas debaixo da graça? De jeito nenhum. 16. Não sabeis vós, que a quem vos apresentardes por servos para [lhe] obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis? Ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça. 17. Porém graças a Deus que vós éreis servos do pecado, mas de coração obedecestes à forma de doutrina a que vós estáveis entregues; 18. E sendo libertos do pecado, vos tornastes servos da justiça. 19. Eu falo como homem, pela fraqueza de vossa carne. Porque assim como apresentastes vossos membros do corpo como servos da impureza, e da maldade para a maldade; assim também apresentai agora vossos membros do corpo como servos da justiça para a santificação. 20. Porque quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. 21. Pois que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte. 22. Mas agora, libertos do pecado, e feitos servos de Deus, tendes vosso fruto em santificação, e por fim a vida eterna. 23. Porque o pagamento do pecado é a morte; mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor. Capítulo 7 1. Não sabeis vós, irmãos (porque falo com os que entendem a Lei), que a Lei domina o homem todo o tempo que vive? 2. Porque a mulher que está sob o marido, enquanto o marido viver, ela tem obrigação pela Lei; porém morto o marido, ela está livre da Lei do marido. 3. Então enquanto o marido viver, ela será chamada de adúltera, se for de outro homem; mas morto o marido, ela está livre da Lei, de maneira que não será adúltera, se for de outro homem. 4. Portanto, irmãos meus, também vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que foi ressuscitado dos mortos, para que frutifiquemos para Deus. 5. Porque quando estávamos na carne, os maus desejos dos pecados, que são pela Lei, operavam em nossos membros do corpo, para frutificarem para a morte. 6. Mas agora estamos livres da Lei, sendo mortos para aquilo, em que estávamos presos, para que sirvamos em novidade de espírito, e não [na] velhice da letra. 7. Então o que diremos? A Lei é pecado? De jeito nenhum. Ao contrário, eu não teria conhecido o pecado, se não [fosse] pela Lei; porque eu não conheceria o mau desejo, se a Lei não dissesse: Não desejarás malignamente; 8. Mas o pecado, aproveitando-se do mandamento, operou em mim todo mau desejo. Porque sem a Lei o pecado [estaria] morto. 9. E sem a Lei, eu vivia algum tempo; mas vindo o mandamento, o pecado reviveu, mas eu morri. 10. E o mandamento que era para a vida, me foi achado para a morte. 11. Porque o pecado, aproveitando o mandamento, me enganou, e por ele [me] matou. 12. Portanto a Lei é santa, e o mandamento é santo, e justo, e bom. 13. Então o [que é] bom, para mim se tornou morte? De jeito nenhum. Mas [foi] o pecado, para que se mostrasse [como] pecado, operando a morte em mim por meio do bem; a fim de que pelo mandamento, o pecado se fizesse excessivamente pecaminoso. 14. Porque sabemos que a Lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido debaixo do pecado. 15. Porque o que eu faço, não o aprovo. Pois o que quero, isso não faço; mas o que eu odeio, isso faço. 16. E se faço o que não quero, eu consinto com a Lei, que é boa. 17. De maneira que agora não sou mais eu que faço aquilo, mas sim o pecado que habita em mim. 18. Porque eu sei que em mim, isto é, em minha carne, não habita bem algum; porque o querer está em mim; porém fazer o bem eu não consigo. 19. Porque o bem que quero, não o faço; mas o mal que não quero, isso faço. 20. Ora, seu eu faço o que não quero, não [sou] eu que faço, mas sim o pecado que habita em mim. 21. Então eu acho esta Lei [em mim], [ainda] que quando quero fazer o bem, o mal está comigo. 22. Porque tenho prazer na Lei de Deus, segundo o homem interior. 23. Mas vejo outra Lei em meus membros do corpo, que batalha contra a Lei do meu entendimento, e me prende debaixo da Lei do pecado, que está em meus membros do corpo. 24. Que miserável homem [que sou]! Quem me livrará do corpo desta morte? 25. Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim, pois, eu mesmo com o entendimento sirvo à Lei de Deus, mas com a carne [sirvo] à Lei do pecado. Capítulo 8 1. Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão com Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. 2. Porque a Lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da Lei do pecado e da morte. 3. Pois o que era impossível para a Lei, por estar enferma pela carne, Deus, enviando seu Filho em semelhança da carne pecadora, e por causa do pecado, condenou ao pecado na carne; 4. Para que a justa obrigação da Lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. 5. Porque os que são segundo a carne têm seus pensamentos nas coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito [têm seus pensamentos] nas coisas do Espírito. 6. Pois os pensamentos da carne são morte; mas os pensamentos do Espírito são vida e paz. 7. Pois os pensamentos da carne são inimizade contra Deus, pois não se sujeitam à Lei de Deus, porque também não podem. 8. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. 9. Porém vós não estais na carne, mas sim no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas se alguém não tem o Espírito de Cristo, este tal não é dele. 10. E se Cristo está em vós, o corpo está realmente morto por causa do pecado; mas o Espírito é vida por causa da justiça. 11. E se o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dos mortos habita em vós, aquele que ressuscitou a Cristo dos mortos também ressuscitará a vossos corpos mortais por seu Espírito, que habita em vós. 12. Portanto, irmãos, somos devedores, não da carne, para viver segundo a carne; 13. Porque se viverdes segundo a carne, morrereis; mas se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. 14. Porque todos quantos são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. 15. Porque não recebestes o espírito de servidão, para voltar ao medo; porém recebestes o Espírito de adoção como filhos, pelo qual chamamos: Aba, Pai. 16. O mesmo Espírito dá testemunho com nosso espírito, de que somos filhos de Deus. 17. E se somos filhos, então somos também herdeiros; herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo; se sofremos com ele, [é] para que também com ele sejamos glorificados. 18. Porque para mim tenho certeza que as aflições deste tempo presente não são sequer comparáveis com a glória que nos será revelada. 19. Porque a ansiedade da criatura espera a revelação dos filhos de Deus. 20. Porque a criatura está sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, 21. Na esperança de que também a mesma criatura será liberta da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. 22. Porque sabemos que todas as criaturas gemem e sofrem grandes dores juntas até agora. 23. E não somente [elas], mas também nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, nós suspiramos em nós mesmos, esperando a adoção como filhos, [ou seja], a redenção de nosso corpo. 24. Porque somos salvos na esperança. Ora, a esperança que se vê não é esperança; pois por que alguém ainda espera aquilo que [já] vê? 25. Mas se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos. 26. E da mesma maneira também os Espírito ajuda em nossas fraquezas. Porque não sabemos orar como se deve, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. 27. E o que conhece profundamente os corações sabe qual é a intenção do Espírito; pois ele intercede pelos santos segundo [a vontade] de Deus. 28. E sabemos que todas as coisas trabalham juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, aos que são chamados segundo seu propósito. 29. Porque aos que desde antes conheceu, também os predestinou, para serem conformes à imagem do Filho, para que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 30. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que ele chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. 31. Então o que diremos destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? 32. Aquele que poupou nem mesmo a seu próprio Filho, como ele não nos dará também com ele todas as coisas? 33. Quem acusará contra os escolhidos de Deus? Deus é o que [os] justifica. 34. Quem é o que condenará? Cristo é o que morreu, e (além disto é o que também ressuscitou); o que também [está] à direita de Deus, [é] o que também intercede por nós. 35. Quem nos separará do amor de Cristo? Tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? 36. Como está escrito: Porque por causa de ti somos mortos o dia todo, somos contados como ovelhas para o matadouro. 37. Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. 38. Porque eu tenho certeza que nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem potestades, nem o presente, nem o porvir. 39. Nem altura, nem profundeza, nem alguma outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. Capítulo 9 1. Eu digo a verdade em Cristo, não minto, dando minha consciência testemunho comigo pelo Espírito Santo, 2. Que tenho grande tristeza, e contínuo tormento em meu coração. 3. Porque desejaria eu mesmo ser separado de Cristo por meus irmãos, que são parentes segundo a carne; 4. Que são israelitas, dos quais é a adoção como filhos, e a glória, e os pactos, e a Lei, e o culto, e as promessas; 5. Dos quais são os patriarcas, e dos quais é Cristo quanto à carne, o qual é Deus sobre todos bendito eternamente, Amém! 6. Não que a palavra de Deus tenha falhado; porque nem todos os que são de Israel são [verdadeiros] israelitas. 7. Nem por serem descendentes de Abraão quer dizer que todos são filhos; mas Em Isaque será chamada tua descendência. 8. Isto é, não [são] os filhos da carne [que] são os filhos de Deus; mas [são] os filhos da promessa [que] são contados como descendência. 9. Porque esta é a palavra da promessa: Perto deste tempo virei, e Sara terá um filho. 10. E não somente esta, mas também Rebeca, quando ficou grávida de um, o nosso pai Isaque. 11. Porque não sendo ainda [eles] nascidos, tendo feito nem bem nem mal, para que o propósito de Deus, segundo a eleição, continuasse; não pelas obras, mas por causa daquele que chama. 12. Foi dito a ela, [Rebeca]: O maior servirá ao menor. 13. Assim como está escrito: Eu amei a Jacó, e odiei a Esaú. 14. Então o que diremos? Que há injustiça em Deus? De jeito nenhum. 15. Pois ele diz a Moisés: Eu terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer. 16. Portanto [a misericórdia de Deus] não [depende] daquele que quer, nem daquele que corre, mas sim de Deus que se compadece. 17. Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti meu poder, e para que meu nome seja anunciado em toda a terra. 18. Portanto ele se compadece de quem quer, e endurece a quem ele quer. 19. Então tu me dirás: Porque ele ainda se queixa? Pois quem resiste à sua vontade? 20. Ora, homem, quem és tu, que questionas a Deus? Por acaso a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? 21. Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para de uma mesma massa fazer um vaso para honra, e outro para desonra? 22. E se Deus, querendo mostrar [sua] ira, e dar a conhecer seu poder, suportou com muita paciência os vasos de ira, preparados para a perdição, 23. E para fazer conhecidas as riquezas de sua glória nos vasos de misericórdia, que preparou para a glória desde antes, 24. [que somos] nós, aos quais ele chamou, não somente dentre os judeus, mas também dentre os gentios? 25. Assim como também diz em Oseias: Ao que não era meu povo, chamarei de meu povo; e a que não era amada, [chamarei] de [minha] amada. 26. E será que, no lugar onde lhes foi dito: Vós não sois meu povo, Aí serão chamados filhos do Deus vivo. 27. E também Isaías clama sobre Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, [apenas] o restante será salvo; 28. Porque o Senhor terminará e executará rapidamente [sua] obra em justiça; pois ele fará uma obra rápida sobre a terra. 29. E como Isaías disse antes: Se o Senhor dos Exércitos não nos deixasse descendentes, seríamos feitos como Sodoma, e como Gomorra seríamos semelhantes. 30. Então o que diremos? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça (isto é, a justiça pela fé)? 31. Mas Israel, que buscava a Lei da justiça, não chegou à Lei da justiça? 32. Por quê? Porque [a buscavam] não pela fé, mas como que pelas obras da Lei; porque tropeçaram na pedra de tropeço. 33. Como está escrito: Eis que em Sião ponho uma pedra de tropeço, e a rocha de escândalo; e todo aquele que crer nela, não será envergonhado. Capítulo 10 1. Irmãos, o desejo do meu coração, e a oração que [faço] a Deus por Israel, é para que eles sejam salvos. 2. Porque eu lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, mas não segundo o entendimento. 3. Porque não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer sua própria justiça, não se sujeitam à justiça de deus. 4. Porque o fim da Lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê. 5. Porque Moisés descreve a justiça que é pela Lei, [dizendo]: O homem que as praticar, viverá por elas. 6. Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (Isto é, trazer Cristo para baixo), 7. Ou: Quem descerá ao abismo? (Isto é, trazer a Cristo dos mortos). 8. Mas o que ela diz: Perto de ti está a palavra em tua boca, e em teu coração. Esta é a palavra da fé que pregamos. 9. Porque, se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. 10. Porque com o coração se crê para a justiça, e com a boca se confessa para a salvação. 11. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crê, não será envergonhado. 12. Porque não há diferença, nem do judeu, nem do grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para todos os que o invocam. 13. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. 14. Mas como invocarão em quem não creram? E como crerão em quem não ouviram? E como ouvirão sem [ter] quem [lhes] pregue? 15. E como pregarão se não forem enviados? Como está escrito: Como são agradáveis os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam as boas coisas! {agradáveis – trad. alt. oportunos, bem-vindos – tradicionalmente formosos} 16. Mas nem todos têm obedecido ao Evangelho, porque Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? 17. Portanto a fé [vem] pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. 18. Mas digo: Por acaso não o ouviram? Sim, certamente. [Pois] seu som saiu por toda a terra, e suas palavras até os confins do mundo. 19. Mas digo: Por acaso Israel não o conheceu? Primeiramente Moisés diz: Eu vos provocarei com ciúmes [aqueles] que não [são] o povo; com uma ignorante eu vos provocarei à ira. 20. E Isaías ousou dizer: Eu fui achado por aqueles que não me buscavam; eu fui manifesto aos que não perguntavam por mim. 21. Mas contra Israel diz: Durante o dia todo eu estendi minhas mãos para um povo rebelde e teimoso. Capítulo 11 1. Então eu digo: Por acaso Deus rejeitou a seu povo? De jeito nenhum; porque eu também sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. 2. Deus não rejeitou a seu povo, ao qual desde antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias? Como ele fala a Deus, contra Israel, dizendo: 3. Senhor, mataram a teus profetas, e derrubaram a teus altares; e só eu fiquei, e buscam minha vida. 4. Mas o que lhe diz a divina resposta? [Ainda] sete mil homens eu me reservei, que não dobraram os joelhos diante de Baal. 5. Assim que também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça. 6. E se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira a graça já não é graça. E se é pelas obras, já não é [pela] graça; de outra maneira, a obra já não é obra. 7. Então o quê? O que Israel busca, não o alcançou; mas os escolhidos o alcançaram, e os outros foram endurecidos. 8. Como está escrito: Deus lhes deu espírito de sono profundo; olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem; até o dia de hoje. 9. E Davi diz: Sua mesa se lhes torne em laço, e em armadilha, e em tropeço, e retribuição. 10. Seus olhos se escureçam para não verem, e as costas fiquem curvas continuamente. 11. Então eu digo: Por acaso tropeçaram para que caíssem [de vez]? De jeito nenhum; mas por sua queda [veio] a salvação aos gentios, para lhes provocarem ciúmes. 12. E se sua queda é a riqueza do mundo, e se seu prejuízo a riqueza dos gentios, quanto mais sua plenitude! 13. Porque eu falo para vós, gentios; e como eu sou apóstolo dos gentios, eu honro meu ministério; 14. Para que, [talvez], de alguma maneira eu provoque ciúmes aos de minha carne, e salve alguns deles. 15. Porque se sua rejeição é a reconciliação do mundo, o que será seu aceitação, se não vida dentre os mortos? 16. E se as primícias são santas, a massa também é; e se a raiz é santa, os ramos também são. 17. E se alguns dos ramos são quebrados, e sendo tu uma oliveira ruim, foste enxertado neles, e feito participante da raiz, e da nutrição da oliveira boa; 18. Não te glories contra os ramos; e se contra [eles] te gloriares, [lembra-te de que] não és tu o que sustentas a raiz, mas [é] a raiz que te [sustenta]. 19. Então tu dirás: Os ramos foram quebrados para que eu fosse enxertado. 20. Certo; [mas] eles foram quebrados por causa da incredulidade, e tu estás de pé por causa da fé. [Por isso], não te orgulhes, mas teme; 21. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, pode ser que ele também não te poupe. 22. Observa, pois, a bondade e severidade de Deus; a severidade sobre os que caíram, mas a bondade sobre ti, se permaneceres na bondade; de outra maneira, tu também serás cortado. 23. Porém também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque Deus é poderoso para enxertá-los de volta. 24. Porque tu foste cortado da natural oliveira ruim, e contra a natureza enxertado na oliveira boa; quanto mais estes, que são os naturais, serão enxertados em sua própria oliveira. 25. Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, para que não sejais sábios segundo sua própria opinião: O endurecimento veio em parte sobre Israel, até que entrem todos os gentios que convém entrar. 26. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e removerá as perversidades de Jacó. 27. E este meu pacto [será] com eles, quando eu tirar seus pecados. 28. Ou seja, quanto ao Evangelho, eles [são] inimigos, por causa de vós; mas quanto à escolha, [são] amados, por causa dos patriarcas. 29. Porque os dons gratuitos, e o chamado de Deus nunca são cancelados. 30. Porque assim como vós também antigamente fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia pela desobediência destes; 31. Assim também agora estes foram desobedientes, para também alcançarem misericórdia pela misericórdia [que] vós [alcançastes]. 32. Porque Deus pôs todos debaixo da desobediência para ter misericórdia de todos. 33. Ó profundidade das riquezas, e da sabedoria e do conhecimento de Deus! Como são indescobríveis os seus juízos, e incompreensíveis os seus caminhos! 34. Porque, quem entendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? 35. Ou quem lhe deu primeiro, e ser dele recompensado? 36. Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; para ele [seja] a glória eternamente, Amém! Capítulo 12 1. Portanto eu vos peço, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo [e] agradável a Deus, [que é] o vosso culto racional. 2. E não vos conformeis com estes tempos, mas transformai-vos pela renovação de vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. 3. Porque pela graça, que me é dada, digo a cada um que está entre vós, que não se considere mais valioso do que se deve considerar, mas que cada um considere a si mesmo com sobriedade, conforme Deus repartiu a cada um a medida de fé. 4. Porque como em um corpo temos muitos membros, e todos os membros não têm a mesma função, 5. Assim, [nós] muitos somos um corpo em Cristo; mas cada qual membros uns dos outros. 6. De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nós é dada, [usemos estes dons]; 7. Seja profecia, segundo a medida da fé; seja ministério, em prestar serviço; seja o ensino, em ensinar; 8. Seja em exortação, em exortar; o que reparte, [faça] com sinceridade; o que lidera, [lidere] com cuidado, o que usa de misericórdia, [que o faça] com alegria. 9. O amor não seja fingido. Odiai o mal, e ligai-vos ao bem. 10. Amai-vos uns aos outros com amor de irmãos, tendo a iniciativa de honrar uns aos outros. 11. Não sejais lentos naquilo [que é] importante; sede ardentes de espírito. Servi ao Senhor. 12. Alegrai-vos pela esperança. Sede pacientes na aflição. Perseverai na oração. 13. Compartilhai com as necessidades dos santos; procurai serdes bons hospitaleiros. 14. Bendizei aos que vos perseguem; bendizei, e não amaldiçoeis. 15. Alegrai-vos com os que se alegram, e chorai com os que choram. 16. Sejam concordantes uns com os outros. Não penseis em engrandecer a si próprios, mas aceitai aos humildes. Não sejais sábios para vós mesmos. 17. Não devolveis a ninguém o mal com o mal; procurai as coisas honestas diante de todos os homens. 18. Tanto quanto vos for possível, tende paz com todos os homens. 19. Não vingueis por vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira [de Deus]; porque está escrito: Minha [é] a vingança, eu o retribuirei, diz o Senhor. 20. Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber. Porque fazendo isto, brasas de fogo lhe amontoarás sobre a cabeça. 21. Não deixes o mal te vencer; mas vence ao mal com o bem. Capítulo 13 1. Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores. Porque não há autoridade, a não ser de Deus; e as autoridades que há são ordenadas por Deus. 2. Pelo que quem resiste à autoridade, resiste à ordem de Deus; e os que lhe resistem, sobre si mesmos trarão condenação. 3. Porque os detentores de autoridade não são para temor das boas obras, mas das más. Então tu queres não temer à autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela. 4. Porque ela é serva de Deus para teu bem. Mas se fizeres mal, teme; porque ela não traz a espada em vão. Porque é serva de Deus, [e] vingadora, para castigo daquele que faz mal. 5. Portanto é necessário estar sujeito não somente pelo castigo, mas também pela consciência. 6. Porque por isso também pagais impostos; porque são trabalhadores de Deus, continuando nisto [que fazem]. 7. Portanto dai a cada um o que deveis; a quem imposto, imposto; a quem renda, renda; a quem temor, temor; a quem honra, honra. 8. Não devais nada a ninguém, mas que vos ameis uns aos outros; porque quem ama ao outro tem cumprido a Lei. 9. Porque isto: não adulterarás, não matarás, não roubarás, não dirás falso testemunho; não cobiçarás. E se há algum outro mandamento, nesta frase se resume: Amarás a teu próximo como a ti mesmo. 10. O amor não faz mal ao próximo. Portanto o cumprimento da Lei é o amor. 11. E isto [fazei], sabendo que o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a salvação está mais perto agora de nós, do que quando começamos a crer. 12. A noite está acabando, e o dia está chegando. Então deixemos as obras das trevas, e coloquemos a armadura da luz. 13. Andemos de forma respeitável, como de dia; não em orgias e bebedeiras; não em pecados sexuais ou depravações; não em disputas, nem em inveja. 14. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais interesse na carne nem em [seus] desejos. Capítulo 14 1. Recebei ao quem for fraco na fé, [porém] não em disputas por diferenças de opiniões. 2. [Por exemplo] um crê que se pode comer de tudo, e outro [que é] fraco [na fé], come [somente] vegetais. 3. O que come, não despreze ao que não come, e o o que não come, não julgue o que come; porque Deus o aceitou. 4. Quem és tu, que julgas ao servo alheio? Ele fica de pé ou cai diante de seu próprio Senhor. E ele ficará de pé, porque Deus é capaz de fazê-lo ficar de pé. 5. [Ou] um faz diferença entre um dia [especial] e outro [comum]; mas outro considera todos os dias iguais. Que cada um em sua mente mantenha sua própria certeza. 6. Aquele que faz diferença de dias, a faz para o Senhor; e aquele que não faz diferença de dias, que para o Senhor não a faz. Aquele que come, coma para o Senhor, porque dá graças a Deus; e o que não come, deixa de comer para o Senhor, e dá graças a Deus. 7. Porque nenhum de nós vive para si; e nenhum morre para si. 8. Porque se vivermos, vivemos para o Senhor; e se morrermos, morremos para o Senhor. Portanto, seja vivendo ou morrendo, nós somos do Senhor. 9. Porque para isto também Cristo morreu, ressuscitou, e voltou a viver; para ser Senhor tanto dos vivos como dos mortos. 10. Mas tu, por que julgas a teu irmão? Ou tu também, por que desprezas a teu irmão? Porque todos nós seremos apresentados diante do tribunal de Cristo. 11. Porque está escrito: [Tão certo como] eu vivo, diz o Senhor, que todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus. 12. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. 13. Portanto não nos julguemos mais uns aos outros; mas antes julgai isto: nunca pôr nenhuma pedra de obstáculo ou de escândalo diante de seu irmão. 14. Eu sei, e tenho certeza no Senhor Jesus, que nada é impuro por si só; [mas] para quem considera algo impuro, aquilo [realmente] se torna impuro para ele. 15. Mas se teu irmão se entristece por causa da comida, tu já não andas segundo o amor. Não destruas por causa de tua comida aquele por quem Cristo morreu. 16. Não seja vosso bem falado mal, 17. Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas sim justiça, paz, e alegria no Espírito Santo. 18. Porque quem serve a Cristo nestas coisas [é] agradável a Deus e aprovado pelos homens. 19. Portanto procuremos as coisas que [geram] paz e amadurecimento uns para os outros. 20. Não destruas a obra de Deus por causa da comida. Realmente todas as coisas são limpas, porém [são] más para o homem que as comer com ofensa. 21. Não é bom comer carne, nem beber vinho, nem [fazer qualquer coisa] que faça teu irmão cair, ou se ofender, ou enfraquecer. 22. A fé que tu tens [sobre essas coisas], tenha para ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado é aquele que não culpa a si mesmo naquilo que aprova. 23. Mas aquele que tem dúvida, se comer é culpado, porque não [comeu] pela fé; e tudo que não é pela fé é pecado. Capítulo 15 1. Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. 2. Portanto cada um de nós agrade ao próximo ao seu bem, para o amadurecimento. 3. Porque Cristo também não agradou a si mesmo; mas como está escrito: Sobre mim caíram os insultos dos que te insultaram. 4. Porque todas as coisas que foram escritas desde antes, foram escritas para nosso ensino; para que pela paciência e consolo das Escrituras tenhamos esperança. 5. Que o Deus da paciência e do consolo vos dê os mesmos pensamentos uns com os outros, segundo Cristo Jesus. 6. Para que em comum acordo, como uma só boca glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. 7. Portanto recebei uns aos outros, assim como também Cristo nos recebeu para a glória de Deus. 8. E eu digo que Jesus Cristo se tornou um trabalhador da circuncisão por causa da verdade de Deus, para confirmar as promessas [feitas] aos patriarcas; 9. E [para que] os gentios glorifiquem a Deus por causa de [sua] misericórdia, como está escrito: Por isso eu te confessarei entre os gentios, e cantarei salmos a teu nome. 10. E outra vez diz: Alegrai-vos, gentios, com seu povo. 11. E outra vez: Louvai ao Senhor todas as nações, e celebrai-o todos os povos. 12. E outra vez diz Isaías: A raiz de Jessé aparecerá, e aquele que se levantará para governar as nações; nele os gentios esperarão. 13. Que o Deus da esperança vos encha de toda alegria e paz na fé, para que abundeis na esperança pelo poder do Espírito Santo. 14. Porém, meus irmãos, tenho certeza também sobre vós, que também estais cheios de bondade, completos de todo conhecimento, [e] capazes para também aconselhardes uns aos outros. 15. Mas irmãos, em parte eu vos escrevi mais ousadamente, como que para vos lembrar outra vez, por causa da graça que me foi dada por Deus, 16. Para que seja trabalhador de Jesus Cristo entre os gentios, trabalhando com o Evangelho de Deus, para que a oferta dos gentios seja agradável, santificada pelo Espírito Santo. 17. Assim eu me orgulho em Jesus Cristo, pelas coisas [que são] de Deus. 18. Porque eu não ousaria dizer coisa alguma que Cristo não tenha feito por mim, para que os gentios [tenham] obediência, pela palavra e pela obra, 19. Com poder de sinais e milagres, no poder do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém e redondezas, até Ilírico, cumpri o Evangelho de Cristo. 20. E assim tive interesse em anunciar o Evangelho, onde Cristo [ainda] não tivesse sido pregado, para que não eu não construísse sobre fundamento alheio. 21. Porém, assim como está escrito: Aqueles a quem ele não tinha sido anunciado, eles o verão; e aos que não o ouviram, eles o entenderão. 22. Por isso também muitas vezes fui impedido de vir a vós. 23. Mas agora, nestas regiões não tenho mais lugar, e já por muitos anos tive grande desejo de vir a vós; 24. Quando eu partir para a Espanha, eu virei a vós; porque espero vos ver durante a viagem, e para lá serei enviado em despedida por vós, depois de primeiro ficar um tempo em vossa companhia. 25. Mas por agora eu vou a Jerusalém, [para lá] ajudar aos santos. 26. Porque aos da Macedônia e Acaia pareceu bem fazer uma contribuição para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. 27. Porque [isso] lhes pareceu bem, [e] também lhes são devedores. Porque se os gentios foram participantes de seus [bens] espirituais, também devem [lhes] ajudar com as materiais. 28. Assim que eu tiver concluído isto, e tendo lhes assegurado este fruto de lá, eu passarei por vós quando eu for para a Espanha. 29. E sei que quando chegar até vós, eu virei com a plenitude da bênção do Evangelho de Cristo. 30. E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo, e pelo amor do Espírito, que luteis junto comigo em orações a Deus. 31. Para que eu seja livre dos incrédulos que estão na Judeia, e que este meu trabalho em Jerusalém seja bem recebido pelos santos, 32. Para que eu possa chegar a vós com alegria, pela vontade de Deus, e que eu possa descansar em vossa companhia. 33. E que o Deus da paz [esteja] com todos vós. Amém! Capítulo 16 1. Eu vos encomendo a nossa irmã Febe, a qual é trabalhadora da Igreja que está em Cencreia. 2. Para que a recebais no Senhor, como convém aos santos; e para ajudá-la em qualquer coisa que ela necessitar de vós; porque ela tem ajudado a muitos inclusive a mim mesmo. 3. Saudai a Priscila e a Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus; 4. Que puseram seu pescoço por minha vida; aos quais não só eu dou graças, mas também todas as igrejas dos gentios. 5. [Saudai] também a igreja da casa deles. Saudai a Epeneto, meu amado, que é dos primeiros frutos da Acaia em Cristo. 6. Saudai a Maria, que trabalhou muito por nós. 7. Saudai a Andrônico e a Júnia, meus parentes, e meus companheiros na prisão, que são notáveis entre os apóstolos, e também foram antes de mim em Cristo. 8. Saudai a Amplíato, meu amado no Senhor. 9. Saudai a Urbano, nosso cooperador em Cristo, e a Estáquis, meu amado. 10. Saudai a Apeles, aprovado em Cristo. Saudai aos que [são da casa] de Aristóbulo. 11. Saudai a Herodião, meu parente. Saudai os que [são da casa] de Narcisso, os que estão no Senhor. 12. Saudai a Trifena e a Trifosa, as quais trabalham no Senhor. Saudai a Persida, a amada [irmã], a qual muito trabalhou no Senhor. 13. Saudai a Rufo, o escolhido no Senhor, e a sua mãe, [que também é] minha. 14. Saudai a Asíncrito, a Flegonte, a Hermas, a Patrobas, a Hermes e aos irmão que estão com eles. 15. Saudai a Filólogo e a Júlia, a Nereu, e a sua irmã, e a Olímpia, e a todos os santos que estão com eles. 16. Saudai-vos uns aos outros com beijo santo. As igrejas de Cristo vos saúdam. 17. E rogo-vos, irmãos, que tomais cuidado aos que fazem disputas e ofensas contra a doutrina que aprendestes; e deles vos afastai. 18. Porque os tais não servem ao nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e elogios enganam os corações dos ingênuos. 19. Porque a vossa obediência chegou [ao conhecimento] de todos. Por isso eu me gozo de vós; e quero que sejais sábios no bem, e puros no mal. 20. E o Deus de paz logo quebrará a Satanás debaixo de vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém! 21. Saúdam-vos Timóteo meu cooperador, e Lúcio, Jáson, e Sosípater, meus parentes. 22. Eu, Tércio, que escrevi [esta] carta, vos saúdo no Senhor. 23. Gaio, meu hospedeiro, e toda a igreja vos saúda. Erasto, procurador da cidade, vos saúda, e também o irmão Quarto. 24. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós, Amém! 25. Ora, para aquele que é capaz para vos confirmar segundo meu Evangelho, e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério, que foi encoberto [desde] os princípios dos tempos; 26. Mas agora se manifestou, e se tornou conhecido pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandado do Deus eterno, para a obediência da fé entre todas as nações; 27. Ao único Deus sábio seja a glória por Jesus Cristo para [todo o] sempre! Amém! Escrita de Corinto aos Romanos, e enviada por Febe, trabalhadora da igreja de Cencreia. |