1819 de João Ferreira de Almeida. 2 PedroCapítulo 1 1. Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que obtiveram conosco a igualmente preciosa fé pela justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo; 2. Graça e paz vos seja multiplicada pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor. 3. Como seu divino poder tem nos dado tudo o que [pertence] à vida e devoção, por meio do conhecimento daquele que nos chamou à glória e virtude; 4. Pelas quais nos são dadas grandíssimas e preciosas promessas, para que por meio delas sejais participantes da natureza divina, tendo escapado da corrupção que há no mundo pelo mau desejo. 5. E por isso mesmo, dedicando todo o cuidado, acrescentai a vossa fé virtude, e à virtude conhecimento; 6. E ao conhecimento domínio próprio, e ao domínio próprio paciência, e à paciência devoção; 7. E à devoção amor fraternal, e ao amor fraternal [acrescentai] amor [para com todos]. 8. Porque se em vós existirem e abundarem estas coisas, elas não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. 9. Porque aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo de longe, tendo se esquecido da purificação de seus antigos pecados. 10. Portanto, irmãos, procurai ainda mais confirmar vosso chamamento e escolha [da parte de Deus]; porque fazendo isso nunca tropeçareis. 11. Porque assim vos será abundantemente fornecida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. 12. Por isso eu não deixarei de sempre vos relembrar destas coisas, ainda que [as] saibais, e estejais firmes na verdade presente. 13. E eu considero justo, enquanto eu estiver neste tabernáculo, de vos despertar com relembranças; 14. Sabendo que breve está a saída do meu meu tabernáculo, conforme também nosso Senhor Jesus Cristo tem revelado a mim. 15. Mas também procurarei que depois de minha partida vós sejais capazes de ter lembrança destas coisas. 16. Porque nós não vos anunciamos o poder e vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo mitos criados pela inteligência humana, mas sim como testemunhas oculares de sua grandiosidade. 17. Porque de Deus Pai ele recebeu honra e glória, tendo sido lhe enviada tal voz de magnífica glória: Este é meu amado Filho, em quem me agrado. 18. E nós ouvimos esta voz enviada do Céu, estando nós com ele no santo monte. 19. E temos a muito confiável palavra dos profetas; a qual vós fazeis bem ao prestardes atenção, como a uma luz que ilumina em lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da manhã se levante em vossos corações. 20. Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular. 21. Porque a profecia jamais foi produzida pela vontade humana, mas sim os santos homens de Deus a falaram, conduzidos pelo Espírito Santo. Capítulo 2 1. E também houve falsos profetas entre o povo, assim como também haverá falsos instrutores entre vós, que disfarçadamente introduzirão heresias de perdição, e negarão ao Senhor que os comprou, trazendo sobre eles mesmos repentina destruição. 2. E muitos seguirão suas perdições, pelos quais o caminho da verdade será insultado. 3. E por ganância, eles vos farão de mercadoria com palavras falsamente inventadas; sobre os quais desde muito tempo não está a condenação sem efeito, e sua perdição não cochila. 4. Porque se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas sim lançando-os no inferno, entregou-os às cadeias da escuridão, tendo sido reservados para o julgamento; 5. E [também] não perdoou ao mundo antigo, mas sim guardou a Noé, oitavo anunciador da justiça, trazendo o dilúvio sobre o mundo dos perversos; 6. E condenou as cidades de Sodoma e Gomorra à destruição, reduzindo-as a cinza, e pondo[-as] como exemplo para aqueles que vivessem perversamente; 7. E livrou ao justo Ló, [que estava] cansado do corrupto modo de viver dos maus. 8. (Porque, [enquanto] aquele justo habitava entre eles, todo dia ele atormentava sua justa alma, ao ver e ouvir as injustas obras [deles]). 9. [Assim] o Senhor sabe livrar aos devotos das tentações, e reservar aos injustos para o dia do julgamento, para serem punidos. 10. Porém principalmente aos que segundo a carne andam em mau desejo de impureza, e desprezam as autoridades; atrevidos, agradando a si mesmos, não tendo medo de insultar as [coisas dignas de] glórias. 11. Ainda que [até] os anjos, sendo maiores em força e poder, não trazem juízo insultuoso contra elas diante do Senhor. 12. Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, gerados para a prisão e destruição, insultando aquilo que não entendem, perecerão na corrupção deles; 13. Recebendo o pagamento da injustiça, tendo como prazer seus maus desejos durante o dia, sendo manchas e defeitos, tendo prazer em seus enganos, participando do banquete convosco; 14. Tendo os olhos cheios de adultério, e nunca parando de pecar; iludindo as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na ganância, filhos da maldição; 15. Que, tendo deixado o caminho direito, se desviaram, seguindo o caminho de Balaão, [filho] de Bosor, que amou o pagamento da injustiça. 16. Mas ele teve a repreensão de sua transgressão; o mudo animal de jugo, falando em voz humana, impediu a loucura do profeta. 17. Estes são fontes sem água, nuvens levadas pela tempestade; para os quais a escuridão das trevas está reservada para sempre. 18. Porque ao falarem coisas muito arrogantes de vaidade, iludem com os maus desejos da carne, [e] com perversões, aqueles que já tinham realmente escapado dos que andam no erro. 19. Prometendo-lhes liberdade, [mas] sendo eles mesmos servos da corrupção; porque aquele de quem alguém é vencido, do tal também se faz servo. 20. Porque se, por causa do conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, terem escapado dos enganos do mundo, e novamente se envolverem nelas, [e] forem vencidos, as últimas coisas têm se tornado piores do que as primeiras. 21. Porque melhor teria lhes sido se não tivessem conhecido o caminho da justiça do que, conhecendo, terem se desviado do santos mandamento que tinha lhes sido entregue. 22. Mas isto lhes sobreveio [conforme] um verdadeiro provérbio, [que diz]: O cão voltou ao seu próprio vômito; e a porca lavada [voltou] ao chiqueiro da lama. Capítulo 3 1. Amados, eu já vos escrevo esta segunda carta, em [ambas] as quais eu desperto vosso sincero entendimento por meio da relembrança; 2. Para que vos lembreis das palavras que anteriormente foram ditas pelos santos profetas, e do nosso mandamento, dos apóstolos do Senhor e Salvador. 3. Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo seus próprios maus desejos, 4. E dizendo: Onde está a promessa da vinda dele? Pois desde que os pais dormiram, todas as coisas continuam como desde o princípio da criação. {dormiram – i.e. morreram} 5. Porque eles ignoram isto por sua própria vontade, que pela palavra de Deus desde os [tempos] antigos [é que] foram os céus, e [que] a terra [saiu] da água, e sobre a água continua. 6. Pelas quais o mundo anterior foi destruído, coberto com as águas do dilúvio. 7. E os céus e a terra que são agora, pela mesma palavra estão reservados, e são guardados para o fogo até o dia do juízo, e da perdição dos homens perversos. 8. Mas amados, desta uma coisa não ignoreis: que um dia para o Senhor [é] como mil anos, e mil anos como um dia. 9. O Senhor não é tardio [em sua] promessa (como alguns [a] consideram tardia); mas ele é paciente para conosco, não querendo que alguns pereçam, mas sim que todos venham ao arrependimento. 10. Mas o dia do Senhor virá como um ladrão durante a noite, no qual os céus se desfarão com grande estrondo, e os elementos queimando se dissolverão, e a terra, e as obras que nela [há] serão queimadas. 11. [Dado], pois, que todas estas coisas estão para serem desfeitas, o tipo de pessoas que vós deveis ser [é] em santo comportamento e piedade, 12. Esperando, e tendo pressa para a vinda do dia de Deus, pelo qual os céus, ao serem incendiados se desfarão, e os elementos ao serem inflamados se derreterão. 13. Porém, segundo sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que a justiça habita. 14. Por isso, amados, aguardando essas coisas, procurai que por ele sejais achados incontaminados e irrepreensíveis em paz; 15. E considerai como salvação a paciência de nosso Senhor; assim como também nosso irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; 16. Como também em duas as [suas] cartas, ele fala nelas destas coisas; entre as quais há algumas coisas difíceis de entender, as quais os ignorantes e os inconstantes distorcem, assim como também as outras Escrituras, para a própria perdição deles. 17. Portanto vós, amados, sabendo [disto] com antecedência, guardai-vos para que, pelo engano dos maus, não sejais juntamente arrebatados, e caiais de vossa firmeza. 18. Mas crescei em graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia da eternidade, Amém! |